UMA COLEÇÃO DE TRÍADES
LEIS, COSTUMES E SABEDORIA TRADICIONAL
DO POVO CELTA PRÉ-CRISTÃO DO QUE É HOJE
ESCÓCIA, IRLANDA E GALES
POR
JOHN F. WRIGHT
Direitos Autorais 1995 – John F. Wright
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para Propósitos Educacionais, com os Créditos Devidamente Reconhecidos.
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Versão para o português por Ricardo Soares Silva (Endovelicon), 2002,
a partir do texto original no site do Rowanhold Bardic Circle,
para uso da Ordem Druídica do Brasil / ODB e atualmente para o Ramo de Carvalho
I -DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
Aqueles que estudam os muitos povos conhecidos coletivamente como Celtas
devem às vezes reconhecer a importância que o número “3” tinha entre
eles. Tanto nas questões mais insignificantes quanto nas mais arcanas, o
significado do fato de haver três partes em cada coisa não era perdido
de vista. Mesmo as leis e sabedoria dos Celtas eram expressas em uma
forma tríplice. Esta forma de verso era chamada triádica, um verso nesta
forma era uma Tríade. Pode ter sido apenas por convenção literária; ou,
como o autor acredita, isto é a base de outra forma de lógica, chamada
lógica trinária. Deixarei isto para mais adiante.
O que se segue é um corpo de leis, costumes e sabedoria tradicional
mantido por nossos ancestrais Celtas. Elas vieram dos Gael (gaélicos) e
dos Cymry (galeses), embora os gaélicos tenham sido mais extensamente
pesquisados. Muitos destes versos foram compilados por W. Faraday no
livro “DRUIDIC TRIADS – The Wisdom of the Cymry”, publicado pela Sure
Fire Press; estes, no entanto estão numa forma mais cristianizada.
Àqueles compilados no referido livro, muitos outros foram acrescentados.
Estes vieram de várias fontes. Algumas delas são obras conhecidas de
grande antiguidade, como as Tríades Galesas; outras vieram de um livro
de poesia Irlandesa, e outras do Colégio dos Bardos Galeses (1); algumas
poucas foram reconstituídas por pesquisadores (2).
O propósito desta obra é restabelecer um corpo abrangente das Tríades.
Além disto, pretende fornecer um meio pelo qual criar uma metodologia
precisa para tornar as Tríades capazes de trazer de volta a visão de
mundo e os modos de nossos ancestrais pré-cristãos. Por fim, deverá ser
um meio de transmitir estes versos, contendo a sabedoria de milênios de
experiência humana, para as futuras gerações dos Gael.
II – O LUGAR DA LEI, SABEDORIA E CONHECIMENTO NA CULTURA GAÉLICA/CÉLTICA
Na cultura Celta, o povo é governado pela lei civil. A antiga Lei Brehon
da Irlanda ainda existe, assim como as Tríades Galesas. Mesmo Reis e
Rainhas estavam sujeitos à Lei; de fato, eles só governavam pela vontade
do Povo. O povo podia votar a favor ou contra eles. Na legislação
americana, os direitos e privilégios do povo seriam expressos como
“proteção igual sob a lei”. Homens e mulheres desfrutavam igualmente
disto. A cultura era igualitária. Foi apenas após a chegada da
Cristandade que as mulheres começaram a perder seu status legal (3).
Isto se evidencia quando elas foram proibidas de ir ao campo de batalha,
e perderam os direitos de propriedade e herança. Elas, de fato,
perderam a proteção igual sob a lei.
É um fato provado que a maioria dos costumes antigos dos celtas se
manteve intacta. Foi simplesmente ocultada sob um fino verniz de
cristandade. Com as Tríades foi só uma questão de alterar o contexto de
uma ou duas palavras, alinhando o antigo Paganismo com a nova
cristandade, e deste modo trazendo os mais obstinados tradicionalistas
ao rebanho cristão.
Com relação ao conhecimento, compreenda-se aqui que ele era, para nossos
ancestrais, uma coisa sagrada. Conhecimento era uma dádiva confiada a
nós pelos deuses, devendo ser passada de geração a geração. Há Tríades
que falam da importância do conhecimento e sua transmissão; as Tríades
chegam a declarar que aqueles que não compartilham seu conhecimento,
ensinando o que sabem, são amaldiçoados pelos Deuses, seja lá como Eles
sejam considerados.
III – OS CELTAS COMO POVO TRIBAL
Antes de avançar devo fazer uma digressão aqui e abordar o tema dos
Celtas. A própria palavra “Celta” é um nome inadequado. Nunca houve um
“Império Celta”. Aqueles que geralmente são chamados “Celtas” eram na
verdade povos tribais, cada indivíduo membro de uma tribo independente.
Às vezes duas ou mais destas tribos independentes podiam se aliar por
algum motivo, como enfrentar um inimigo comum, mas a aliança era bem
frouxa. Eles não tinham senso de nacionalidade como o entendemos hoje.
O que distingue uma tribo como sendo Celta é que as tribos Celtas
compartilhavam certas características culturais, como a linguagem
semelhante ou o estilo artístico (4), assim como costumes similares.
Este ponto deve ser compreendido para se entender os Celtas: como povos
tribais, sua visão de mundo se refletia em seus costumes. Os Romanos e
os Cristãos trouxeram, para as tribos chamadas Célticas, o que chamamos
de pensamento Neo-Platônico. Antes disto, os Celtas tinham o pensamento
tribal. A diferença pode ser definida deste modo: no pensamento
Neo-Platônico, todas as coisas existem separadamente, absolutas e
independentes; é um sistema de pensamento de valores absolutos, e que de
acordo com a Enciclopédia Britânica é “…centrado num reino de
realidades imutáveis e eternas, independente do mundo percebido pelos
sentidos…” (5). No pensamento tribal, tudo está interligado e
indivíduos são partes de um todo.
Religiosidade, no pensamento Neo-Platônico, é o que a pessoa acredita ou
no que ela tem fé. Simplificando, a pessoa é o que ela pensa. No modo
tribal de pensar, é o que a pessoa É e o que ela SABE que importa. Povos
tribais não separam o Espírito do Mundo Físico, e assim como a pessoa é
um microcosmo dentro do macrocosmo (6), os costumes das pessoas
refletem a cosmologia e outros entendimentos obtidos pelo Povo ao qual a
pessoa PERTENCE. Costumes e crenças tribais são baseados no que se
percebe por meio dos sentidos. Isto se manifesta como leis refletindo o
que se percebe ser as leis da Natureza e as estruturas civis refletem a
ordem percebida no Cosmos.
Povos tribais não são os únicos a aceitar este modo de pensar, desde que
este modo de ver a existência é extremamente prático; tanto, que mesmo a
Maçonaria escocesa, de orientação cristã, mantém que “…a ordem do
Universo foi a primeira Bíblia dada à Humanidade”(7).
Para perceber o modo tribal de pensar em ação, podemos olhar para as
centenas de tribos que empregam estes processos lógicos. Com referência
aos povos nativos da América, o Wikwashawakan (homem santo) dos Lakota,
Crow Dog, disse, “…nós, nativos da América, realmente não temos
religiões, ou caminhos espirituais; nós temos os costumes que nos foram
dados pelo Espírito há muito, muito tempo atrás, e que foram
transmitidos pelos Avôs e Avós até os dias de hoje. Uma vez nós perdemos
de vista os costumes do Povo; nós quase nos perdemos. Mas os velhos
modos vivem, e não nos perderemos novamente no caos. Não, não temos
religiões, nosso modo de ser nos mantém em equilíbrio e conectados uns
aos outros, e ao Espírito, e a Todos os Nossos Parentes…”.
Bem, de volta às Tríades.
IV – FILOSOFIA DOS CELTAS COMO POVO TRIBAL EM COMPARAÇÃO COM A FILOSOFIA E OS FILÓSOFOS GREGOS
Para os que consideram a filosofia patriarcal Grega (Aqueus/Dórios), e
as obras de Platão em particular, com referência à crença na
interligação de todas as coisas; deve ser lembrado que enquanto o
Platonismo e o Neo-Platonismo são movimentos filosóficos que, no fundo,
foram inspirados nos Diálogos de Platão, eles não incluem as obras do
próprio (8); na verdade, tanto Platão como Plotino sustentavam o
conceito da inter-conexão de todas as coisas, e que o Universo era um
organismo. Citando o Górgias de Platão: “…existe no Universo um
princípio de amor e partilha…”, “…Tudo está conectado e os indivíduos
são partes de um todo”.
Se há similaridade nos conceitos, então de onde vem a diferença entre as
idéias dos filósofos das cidades-estado gregas e os cristãos que neles
basearam suas idéias filosóficas, e os povos tribais que
mantinham/mantém idéias similares? Embora este trabalho não seja o lugar
para estabelecer uma discussão filosófica, deve-se deixar claro que a
diferença está no modo pelo qual estes conceitos se manifestam em suas
respectivas culturas. Povos tribais organizam e usam o conhecimento de
modos diferentes. No fundo, para muitos povos tribais, não há algo que
seja absoluto em si. Em muitas tribos, e em todas aquelas que conheci,
não pode haver justiça ou poder numa lei, a menos que ela possa ser
encontrada dentro dos confins do mundo natural. Nos povos tribais, as
estruturas civis refletem o que elas percebem como sendo a estrutura do
Cosmos. Isto é contrário ao que nos é apresentado nas estruturas
Neo-Platônicas.
Foi-me dito que só com os dados acumulados pelos sentidos não pode haver
conhecimento. Os dados apresentados devem ser organizados por teorias e
formulações de leis universais, para que haja conhecimento. Se estamos
falando do reino da causa e do efeito, sim, claro que pode haver leis
estabelecidas que retratam causa e efeito; os reinos da matemática e da
jurisprudência logo nos vêm à mente. Mas dados podem se transformar em
conhecimento sem a necessidade de reinos e realidades sólidas e eternas.
Só é necessário um modo de organizar os dados, e dizer que os dados
devem ser organizados de um modo particular e com valores específicos,
deixa de fora a possibilidade de que haja outros modos de pensar que
sejam tão efetivos como os que usamos na cultura ocidental. Além do
mais, toda assim chamada lei universal chega a um ponto no qual já não
tem mais efeito; a luz é dobrada, lentificada, até mesmo o tempo
desacelera em certos momentos; elétrons orbitam o núcleo até serem
liberados, e quarks respondem a ondas de pensamento. Ao invés de leis,
estamos lidando mais com um campo de probabilidades. Assim o que é mais
importante é aquilo que está no fundo da diferença entre o pensamento
Neo-Platônico ocidental e o pensamento tribal, ou seja, valores. O
pensamento ocidental valoriza o indivíduo, muitas vezes às custas do
todo; o pensamento tribal valoriza o todo, e cada indivíduo como
consequência . Resumindo, o pensamento Neo-Platônico permitiu e promoveu
o auto-interesse acima de tudo, com grande sofrimento imposto à maioria
devido à satisfação dos auto-interesses de uns poucos; o pensamento
tribal declara que apenas quando o bem chega a todos é que ele chega
para cada um. No pensamento ocidental, o indivíduo é o que acredita ser;
no pensamento tribal ele simplesmente É. O “É” no primeiro caso depende
das fragilidades da mente humana; o “É” do segundo caso se baseia na
solidariedade e na identidade da unidade tribal.
V – RAZÕES E CONSIDERAÇÕES PARA DESTACAR OS GAELS NA PESQUISA SOBRE OS CELTAS
Para entender as Tríades, é preciso ter um entendimento da cultura
Celta. Isto se consegue através da leitura das muitas fontes que
registram as tradições e folclore dos Celtas que ainda permanecem. Para o
autor, isto implicou em destacar os povos gaélicos insulares e
permanecer dentro dos limites desta cultura tão exclusivamente quanto
possível. Minha escolha dos Gaels se deve a dois motivos: o primeiro, a
natureza insular desta cultura e a vasta coleção de obras (9) dela
originária; o segundo, o fato de que grande parte de minha herança é
gaélica.
Tentei permanecer com os escritos antigos deste povo como fontes
primárias. Quando isto não foi possível, usei fontes que citavam
amplamente os textos antigos. Não usei obras dos Romanos; muitos
basearam seu conhecimento dos Celtas e dos Gaels em particular em seus
estudos das obras dos cronistas Romanos e nas obras de César. O erro
deles é o de não reconhecer que os Romanos estavam em guerra com os
Celtas da Gália, e que César tinha que justificar a guerra Gaulesa: sua
primeira justificativa derivou de sua instigação de problemas na Gália, o
que deu um ar de legitimidade à sua campanha, desde que os Romanos
foram convidados a vir. Mas os fatos não foram bem aceitos pelos
senadores de Roma, e foi necessária uma pena criativa para criar um real
propósito para as aventuras de César contra os Celtas gauleses. É
difícil separar o que é fato do que é puramente propaganda (10).
Outra excelente razão para não usar escritos Romanos é que a experiência
deles foi com as tribos da Gália, não com os das Ilhas Britânicas. Na
Gália haviam três grupos principais, os Aduen, os Cetae e os Belgae, os
últimos sendo considerados por muitos acadêmicos como sendo realmente
tribos Germânicas. Nas Ilhas existiam os Gaels e os Bretôes, com os
Belgae recém-chegados ao sudeste do que hoje é a Inglaterra, antes do
começo das hostilidades Romanas contra os povos das Ilhas. De qualquer
modo, existem diferenças bem definidas entre as diversas tribos Celtas,
diferenças demais para que se possa reuni-las num só grupo.
VI – ENGENHARIA REVERSA DAS TRÍADES: TRAZENDO-AS DE VOLTA A SUAS RAÍZES
Com alguma compreensão do povo, podemos começar a devolver as Tríades ao
contexto em que os povos pré-cristãos as teriam aplicado. Este processo
é às vezes chamado de engenharia reversa: o primeiro passo é encontrar a
versão gaélica. Nas raras ocasiões em que o original gaélico não pôde
ser encontrado, a Tríade foi retraduzida para o Gaélico e então, usando
fontes como o Dinneens Gaelic-English Dictionary (11), estabeleci os
usos antigos das palavras gaélicas. Cada palavra teria vários sentidos
diferentes dependendo do contexto em que fosse usada; geralmente a
própria Tríade dava o contexto. A partir daí era fácil encontrar o
Gaélico correto, mas era difícil encontrar a palavra adequada em Inglês
para expressar as sutilezas referentes à palavra em Gaélico; mas eu o
fiz. Lembro ao leitor que as palavras em Inglês também tiveram sentidos
modificados ao longo dos séculos; um exemplo é a palavra “virgem”, que
originariamente significava “uma mulher dona de si”, uma donzela sem
marido se preferirem, e desprovida de qualquer interesse especial na
integridade de seu hímen. Outro exemplo é “pecado”, que é um antigo
termo de arqueiros que significava simplesmente “errar o alvo”.
A engenharia reversa das Tríades até a antiga expressão pré-cristã foi
uma tarefa fácil, feita por meio da compreensão da cultura Céltica
pré-cristã, muito da qual é conhecido, e por meio da alteração de uma ou
duas palavras para melhor refletir a visão de mundo pré-cristã (12).
Por exemplo, muitas Tríades se referem ao masculino com exclusão do
feminino, embora se saiba que a Lei Brehon se aplicava igualmente a
ambos os sexos (13): mulheres podiam possuir e herdar propriedades,
portar armas e frequentemente seguiam com seus companheiros lado a lado
ao campo de batalha (14); assim, ao alterar um termo específico de
gênero masculino para outro que inclui ambos os gêneros, as Tríades
tornam-se novamente aplicáveis a ambos os sexos. O primeiro passo da
engenharia reversa foi feito.
O próximo passo lida com questões religiosas. Algumas Tríades foram
completamente construídas para propagar o pensamento cristão; no
entanto, estas eram em número reduzido, e imediatamente as excluí. A
maioria delas só precisava ter a palavra “Deus” substituída por um termo
politeísta como “Os Poderosos” e aquilo que sabemos dos pré-cristãos
estava novamente diante de nós. Muitas das Tríades falam mesmo de idéias
puramente pagãs, como a reencarnação (15).
Aquelas Tríades que falavam das “Leis de Deus” foram modificadas para
falar das “Leis da Natureza” ou da “Ordem da Criação”, dependendo de sua
aplicação. Todas as fontes confirmam que os Celtas eram um povo
profundamente religioso, que baseava suas leis e costumes na “Ordem
Natural”. Isto é coerente com o pensamento tribal: que eles tinham um
grande conhecimento da ordem da Criação é algo indubitável.
Quanto às idéias de uma divindade masculina e única, o equilíbrio
masculino-feminino presente na cultura tinha que ser restabelecido. Um
amplo corpo de evidência permitia a substituição de termos neste caso;
estes incluíam coisas óbvias como as referências clássicas aos oráculos
femininos, e um grupo de dezenove mulheres no santuário de Kildare,
assim como uma relíquia dos Normandos retratando mestras e professoras. O
uso da dedução também foi extenso; por exemplo, Joseph Campbell, em seu
livro “THE MASKS OF GOD- Primitive Mythology” (16), relata que nas
culturas patriarcais, invariavelmente surgiam sociedades secretas
masculinas que, também invariavelmente, cultuavam divindades femininas
da caça, intimamente associadas à Lua; o culto de Diana logo nos vem à
mente. Mas, na cultura Gaélica, a Lua é masculina, e o Sol feminino.
Este fato faz parte da própria língua, com o Sol sendo feminino ainda
hoje, Seu nome sendo Grianne (17).
Algumas Tríades mencionam “virtude”. Isto certamente incomodará alguns
não-cristãos modernos. A idéia de virtude dos povos Celtas, como
exemplificada pelos Gaels, não é similar ao pensamento moderno associado
à palavra. Para eles, “virtude” significava várias coisas, a maioria
delas relacionada simplesmente à excelência, que era por si só uma
questão de legitimidade (eles eram um povo da lei civil) e orgulho
pessoal, etc. Este modo de ver as coisas é antigo, e não é uma
justificativa exclusiva do modo Celta; para os amantes da filosofia
Grega que lêem isto, até mesmo Aristóteles concordaria com este modo de
pensar.
Para os Celtas, viver pela lei do Povo era parte do ser virtuoso, ser
honesto era parte do ser virtuoso, ter orgulho era parte do ser
virtuoso, etc. A única palavra Inglesa que conheço que pode ser um
sinônimo da idéia Celta de virtude é “excelência”. Eles buscavam a
excelência: isto é evidente em suas leis, que foram em parte preservadas
por seus invasores ao longo dos séculos pela excelência destas leis
(18); em suas expressões artísticas; e em suas tentativas pessoais de
excelência, que eram uma grande parte dos modos deste povo que entendia e
acreditava na reencarnação.
Algumas Tríades têm notas explicativas, as quais o leitor é encorajado a
ler; elas buscam facilitar a maior compreensão das Tríades por explicar
o contexto social na qual elas surgiram. Algumas Tríades falam do
sacerdócio: desde que a cultura celta não tinha um corpo organizado de
sacerdotes até a vinda dos Cristãos (19), estas foram quase erradicadas.
Cada indivíduo era considerado capaz de mediar os Deuses por si mesmo, e
como estes indivíduos, treinados em habilidades particulares, podiam
eventualmente ensiná-las a outros, era óbvio que uma contemplação mais
profunda se fazia necessária aqui (20): estas Tríades sofreram
engenharia reversa e se descobriu que elas tratam de mestres e do
ensino.
Novamente, a cultura Celta era secular e regida pela Lei. Não havia
“pecado” como o reconhecemos hoje: para nossos antepassados, “errar”,
“cometer um erro”, era simplesmente cometer uma infração da lei secular.
Eles não acreditavam na condenação eterna; infrações da lei secular
levavam a um julgamento secular feito pelo Rei, com a penalidade mais
comum na forma de cabeças de gado, a serem pagas na razão direta do
status social da parte ofendida. A ira dos Deuses, ou ‘karma” se
quiserem, era/é geralmente imediata: isto é evidente no relato da praga
que exterminou o povo de Partholon no Lebor Gabala Erenn (21) , como
resultado da relutância dos Reis de exercerem seus deveres; ou na
história da vingança da Morrigan contra Cu Chulainn.
VII – LÓGICA TRINÁRIA
Muitos daqueles que estudaram os Celtas, Gaélicos ou outros, perceberam
que entre eles havia outra forma de lógica. O que era esta lógica, só
agora estamos começando a especular. Nós costumamos ver as coisas em
termos de sim ou não: mesmo “talvez” tem a conotação implícita de que
eventualmente o “sim” ou o “não” se aplicará ao caso. No entanto, nas
Tríades, vemos o que parece ser um método onde é dado um exemplo, depois
outro, depois um terceiro que parece ser o ponto-chave da questão.
Em outras manifestações da cultura Celta é quase como se os extremos de
cada lado são apresentados para, depois, surgir uma terceira direção.
Talvez sim, não, e a terceira opção, talvez nenhuma das anteriores. De
qualquer modo, com relação às Tríades, o ponto central de qualquer uma
delas parece estar no terceiro item mencionado, seja qual for o tema
proposto.
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UMA COLETÂNEA GERAL
Sobre três coisas que ocultam: um saco aberto não oculta nada, uma porta aberta oculta pouco, uma pessoa aberta oculta algo.
Três erros não-reconhecidos abertamente: medo de um inimigo, tormento do
amor, e a suspeita maligna do ciumento sobre seu cônjuge.
Três posses valorizadas que afastam de nós o orgulho: nosso dinheiro, nosso tempo, nossa consciência.
Três coisas que, por sua natureza, levam seu possuidor ao erro: juventude, prosperidade, e ignorância.
Três coisas similares uma à outra: a espada brilhante enferrujando por
falta de uso na bainha, a água brilhante tornada fétida pela longa
estagnação, e a sabedoria tornada morta pela falta de aplicação.
Três coisas difíceis de deter: a torrente da queda d’água, a flecha lançada do arco, e a língua impulsiva.
Três coisas difíceis de pegar: o cervo na montanha, a raposa na floresta, e a moeda do avarento mesquinho.
Três coisas semelhantes entre si: um cavalo cego tocando harpa com os
cascos, uma porca num vestido de seda, uma pessoa impiedosa tagarelando
sobre a piedade.
Três coisas entre as melhores: pão e leite contra a fome, um casaco
branco contra o frio, e o filho do camponês num rompimento de relações.
Três coisas não-escondidas: um graveto no sapato, uma sovela num saco, uma meretriz numa multidão.
Três coisas doces no mundo: poder, prosperidade, e erro na ação.
Três coisas fortes no mundo: um senhor, um bobo, e o Vazio.
Três coisas tão rápidas uma como a outra: o relâmpago, o pensamento, e o auxílio dos Poderosos.
Três coisas não-amadas sem seus complementos: o dia sem a noite, o ócio sem a fome, e a sabedoria sem reverência.
Três seres cuja recompensa nunca será plenamente concedida: os pais, o bom professor, e os Poderosos.
Três glórias de uma reunião: uma bela companheira, um bom cavalo, e um mastim veloz.
Três coisas que constituem um curandeiro: uma cura completa, não deixar sequelas, e um exame indolor.
Três irmãs falsas: “talvez”, “quem sabe”, e “acho que”.
Três irmãos tímidos: “Silêncio!”, “Pare!”, e “Escute!”.
Três irmãs jovens: desejo, beleza, e generosidade.
Três irmãs idosas: resmungos, castidade, e fealdade.
Três coisas delicadas que sustentam o mundo: o delicado fio de leite
escorrendo da teta da vaca para o balde, o delicado talo verde de trigo
crescendo do solo, e o delicado fio da trama nas mãos da mulher
habilidosa.
Três chaves que destrancam pensamentos: embriaguez, confiança, e amor.
Três sons de acréscimo: o mugido da vaca leiteira, o retinir da forja do ferreiro, e o sibilo do arado.
Três não-respirantes cujo valor é o de seres respirantes: a macieira, a aveleira, o bosque sagrado.
A RESPEITO DA EXCELÊNCIA
Três coisas pelas quais a excelência é estabelecida: moderação ao tomar
todas as coisas, sem excesso; fidelidade aos juramentos; e aceitação das
responsabilidades.
É fácil determinar a verdade quando estas três evidências principais
estão presentes: itens materiais que contam uma história; testemunhas
confiáveis que narram a história; e concordância com fatos verdadeiros
conhecidos.
Três coisas das quais nunca se desviar: seus juramentos, seus Deuses, a Verdade.
Três coisas que dão força a uma pessoa para enfrentar o mundo
inteiro: ver a qualidade e a beleza da verdade; ver sob o manto da
falsidade; e contemplar a que fins levam a verdade e a falsidade.
Três coisas excelentes entre os assuntos mundanos: odiar a tolice; amar a excelência; e buscar constantemente o aprendizado.
Três manifestações de humanidade: abundância afetuosa; maneiras amáveis; e conhecimento louvável.
Três coisas originadas do seguir o legítimo bem: amor universal dos
Sábios; suficiência mundana; e um lugar melhor na vida futura (22).
Três coisas sem as quais nada de bom existe: verdade, paz, e generosidade.
Três belos seres no mundo: o justo, o habilidoso, e o racional.
Três tendências na vida de uma pessoa: esperança, amor, e alegria.
Três coisas excelentes para todos: valor, aprendizado, e discrição.
Três coisas que devem estar unidas para que o bem provenha delas: pensar bem, falar bem, e agir bem.
Três coisas que ficam bem numa pessoa: conhecimento, boas ações, e gentileza.
Três coisas que são deveres de todos: ouvir humildemente, responder discretamente, e julgar gentilmente.
Três coisas que se deve sempre ter em mente: os deveres mundanos, a consciência, e as Leis da Natureza.
Três garantias de felicidade: bons hábitos, amabilidade, e paciência.
Três coisas sem as quais nada há de bom: verdade, valor (23), e generosidade.
Três ações maravilhosas: perdoar um dano recebido, oferecer compensação sempre que possível, e abster-se de injustiças.
Três alegrias dos felizes: evitar excessos, paz, e lealdade.
Três antagonistas da bondade: arrogância, paixão, e cobiça.
Três recompensas dos que aprendem a dominar suas emoções: experiência, força, e introspecção.
Três coisas junto as quais o mal não pode estar: conformidade com a Lei, conhecimento, e amor.
Três coisas pelas quais esperar muito antes de alcançá-las: honestidade
vinda da cobiça, sabedoria da arrogância, e prosperidade da preguiça.
Três coisas difíceis de obter: fogo frio, água seca, e cobiça legítima.
Três deveres da pessoa excelente: zelar por seu cônjuge e filhos, amar seu país, e obedecer as leis de seu povo.
Três manifestações de excelência: honrar os pais, respeitar os idosos, e
instruir os jovens; e a estas se soma uma quarta, defender a infância e
a inocência.
Três razões para suplicar aos Poderosos: porque isto é um prazer para
você, para ser um amigo dos Sábios, e porque sua alma é imortal.
Três razões para combater o erro: para não fazer aos outros o que você
não gostaria que lhe fizessem, para não ser arrogante, e para sempre
deixar brilhar a luz da sabedoria.
Três modos de perder a excelência: tornar-se servo de suas paixões, não
aprender com o exemplo alheio, ser indulgente no excesso.
Três belas coisas que ocultam a fealdade: boas maneiras no feio, habilidade no ordinário, sabedoria no deformado.
Três velas que iluminam toda a escuridão: verdade, Natureza, e conhecimento.
A RESPEITO DA PESSOA CONSCENCIOSA
Três reinos dos felizes: a boa palavra do mundo, a consciência alegre, e a firme esperança na vida futura.
Três lideranças dos felizes: ser bom no serviço, bom na disposição, e
bom no segredo; e as três só se encontram unidas no coração nobre.
Três coisas nas quais se pode ser como o Divino: justiça, conhecimento, e misericórdia.
Três coisas dignas de amor numa pessoa: tranquilidade, sabedoria, e bondade.
Três coisas excelentes numa pessoa: diligência, sinceridade, e humildade.
Três coisas que mostram o verdadeiramente humano: a boca silenciosa, o olhar não-inquisitivo, e a face destemida.
Três companheiros na estrada real da União com o Vazio: o pobre paciente, o sábio reflexivo, o reformador tolerante.
Três amados pelos Poderosos: o forte justo, o valente misericordioso, o generoso sem arrependimento.
Três coisas sem as quais não há a proteção dos Poderosos: perdão a um
inimigo e um mal cometido, sabedoria no julgamento e ação, e aderência
ao que é justo, não importando as consequências.
Três coisas louváveis nos que as possuem: sabedoria no falar, justiça no agir, e excesso em nada.
A RESPEITO DAS RECOMPENSAS DA EXCELÊNCIA
Três coisas obtidas pelos felizes: prosperidade, honra, e paz de consciência.
Três coisas obtidas pelos humildes: plenitude, felicidade, e o amor de seus vizinhos.
Três coisas obtidas pelos sinceros: favor, respeito, e prosperidade.
Três coisas obtidas pelos pacientes: amor, tranquilidade, e socorro.
Três coisas obtidas pelos misericordiosos: favor, amor, e a proteção dos Poderosos.
Três coisas obtidas pelos justos: suficiência mundana, paz de consciência, e felicidade sem fim.
Três coisas obtidas pelos industriosos: precedência, prosperidade, e louvor dos Sábios.
Três coisas obtidas pelos obedientes à Lei: saúde, sucesso, e honra.
Três coisas obtidas pelos cuidadosos: respeito, abundância, e contentamento.
Três coisas obtidas pelos de coração generoso: alegria em suas conquistas, felicidade no dar, e uma melhor vida futura.
Três coisas obtidas pelos que acordam cedo: saúde, riqueza, e felicidade.
AS ORIGENS DOS MALES COMETIDOS
Três companheiros da ilegitimidade: orgulho, inveja, e rapina.
Três coisas odiosas aos Poderosos e à humanidade: um olhar fraco, uma língua enganadora, e um espírito malicioso.
Três raízes de todos os males: cobiça, falsidade, e arrogância.
Três alegrias dos sem-lei: gula, brigas, e volubilidade.
Três coisas que acabam mal: falsidade, inveja, e astúcia.
Três más tendências numa pessoa: orgulho sem generosidade, cobiça sem justiça, e raiva sem misericórdia.
Três principais qualidades más das pessoas: preguiça, engano, e arrogância.
Três coisas agradáveis de se ver: o infeliz tornado feliz, o avarento tornado generoso, e o sem-lei submetido à autoridade.
Três coisas principais que enganam as pessoas: belas palavras, desejo de ganho, e ignorância.
Três coisas que não é pior perder do que manter: riqueza, juventude, e o amor pelo mundo.
Três coisas: conselho, perda, vergonha; e quem não tiver a primeira delas terá as outras duas.
Três sustentos da arrogância: impulsividade, riqueza, e excesso.
Três coisas que atacam os mais fracos: inimigos, riquezas, e orgulho.
Três coisas que seria melhor fossem abandonadas pelos que as prezam: diversão, farras, e tormentos.
Três coisas evitadas apenas pelos felizes e Sábios: a quebra de juramentos, a embriaguez, e a vaidade.
Três coisas cuja deficiência não é pior que seu excesso: festividades, riquezas, e prazeres.
Três coisas que se seguem à preguiça: más ações, má fama, e mau fim.
Três coisas odiosas numa pessoa: ignorância, más ações, e perversidade.
Três coisas inadequadas numa pessoa: considerar-se sábio, considerar
outros tolos, e pensar que sua aparência é tudo o que deseja.
Três principais corrupções do mundo: preguiça, orgulho, e extravagância.
Três coisas que afligem o mundo: inveja, ira, e cobiça.
Três coisas estranhas no mundo: amar a guerra mais que a paz, amar o
excesso mais que a suficiência, amar a falsidade mais que a verdade.
A RESPEITO DOS QUE SE PERDEM
Três pessoas amaldiçoadas: os que violam as Leis da Natureza sem se
importar, os que ignoram os Poderosos e não buscam aprender, e os que
sabem muito e não compartilham seu conhecimento com outros.
Três tipos de pessoas más: o traidor, o conspirador, e o caluniador.
Três pessoas detestáveis aos Poderosos e à humanidade: o mentiroso, o ladrão, e o avarento miserável (24).
Três tipos inúteis perante os justos e honestos: o bêbado, o perjuro, e o traidor.
Três tipos de pessoas que não temem os Poderosos: o traidor, o violentador, e o miserável.
Três principais atributos dos que farão o mal: face irada, espírito arrogante, e cobiça insaciável.
Três marcas do ladrão: língua inquisidora, olho curioso e face medrosa.
Três coisas necessárias aos que cometeram erros: reconhecer seu erro, buscar a justiça, e oferecer reparação.
Três pessoas a se evitar: os sem alegria, os zombeteiros, e os que riem de coisas ilegítimas.
Três pessoas dispensáveis: os que não beneficiam ninguém, os que não
trazem alegria a ninguém, e os que não mantém a paz com ninguém.
Três que é melhor ter à distância: o lisonjeador exuberante, o caluniador ressentido, e o fofoqueiro mentiroso.
Três coisas que crescem diariamente e buscam continuamente: o mar, o bêbado, e o avarento.
Três pessoas rudes no mundo: o jovem que zomba do velho, o robusto que zomba do inválido, e o sábio que zomba do tolo.
Três sinais do vaidoso: a trilha do pente em seu cabelo, a marca dos
dentes em sua comida, a trilha que seu bastão deixa atrás dele.
A RECOMPENSA DOS QUE SE PERDEM
Três coisas obtidas pelos que fazem o mal: pobreza, má fama, e má consciência.
Três coisas obtidas pelos insinceros: má vida, má fama, e mau fim.
Três coisas obtidas pelos beligerantes: tormento, vergonha, e abandono na necessidade.
Três coisas obtidas pelos cruéis: consciência torturante, desprezo dos Sábios, e a ira dos Poderosos.
Três coisas obtidas pelos mal intencionados: ódio, tormento, e tristezas.
Três coisas obtidas pelos negligentes: vergonha, perdas e ridículo.
Três coisas obtidas pelos avarentos com suas riquezas: dor ao receber, preocupação ao guardar, e medo de perder.
Três coisas obtidas pelos preguiçosos: vergonha, doença, e miséria.
A RESPEITO DE RIQUEZA E POBREZA
Três coisas obtidas pelos que adquirem riquezas: ódio entre eles e
outros, ódio deles por si mesmos, e ódio entre eles e os Poderosos.
Três coisas são a porção dos prósperos: mais e mais cobiça, mais e mais preocupação, e cada vez menos prazer.
Três coisas que podem vir da riqueza justamente obtida: abundância
mundana, caridade fraternal, e o bem nacional (25); e destes três, o
favor dos Poderosos.
Três caminhos conduzindo à pobreza: jogo, gula, e luxúria.
Três coisas melhores que riquezas: saúde, liberdade, e discrição.
Três coisas obtidas da pobreza: saúde, aprendizado, e a proteção dos Sábios.
Três coisas que mais beneficiam uma pessoa: pobreza, doença, e filhos;
pois por meio deles se pode aprender muito que não seria conhecido de
outro modo.
Três coisas que é tão bom perder como ganhar: extrema prosperidade, extremo louvor, e extrema dignidade.
Três perdas terrenas que beneficiam a alma: perda de um amigo, perda da saúde, e perda de riquezas.
SABEDORIA MISTA
Três tipos de pessoas: a média, que retribui bem com bem e mal com mal; a
boa, que retribui o mal com o bem; e a má, que retribui o bem com o
mal.
Três coisas obtidas por suportar a Cailleach (NT: Deusa escocesa): limpeza, purificação, e renovação.
Três coisas que, sendo poucas, causam muito dano: um pouco de má disposição, um pouco de injustiça, e um pouco de negligência.
Três coisas que, sendo poucas, mostram sabedoria: pouco convencimento, pouca cobiça, e pouca fofoca.
Três coisas que, sendo poucas, trazem lucro: pouco comer e beber, pouca preocupação, e pouco uso da língua.
Três coisas louváveis em qualquer um: face orgulhosa, discurso discreto, e modos gentis.
Três coisas que tornam uma pessoa vaidosa: beleza de forma, tolice na cabeça, e convencimento no coração.
Três respostas erradas: guerra por guerra, lei por lei, e reprimenda por reprimenda.
Três respostas justas: prudência por imprudência, favor por desfavor, e amor por ódio.
Três coisas pelas quais se faz o mal: pôr armadilhas no caminho, assustar criancinhas, e rir de más ações.
Três falsidades: falsa fala, falso silêncio, e falsas maneiras; sendo que cada uma faz com que se acredite no que não se deve.
Três perdas que trazem ganhos no fim: perda do que é mais que o
necessário, perda da saúde corporal, e perda do que mais se preza.
Três ganhos que trazem perdas no fim: ganho de fama por uma má ação,
ganho de fortuna por injustiça, e ganho de superioridade por tormento.
A RESPEITO DAS ESTRUTURAS CIVIS
A ORDEM SOCIAL
Três níveis sociais (26), e quem os ocupa são: os Fíli, que são Aes
Dana, os Ruada, que são guerreiros, e os Aire, que são pessoas livres
que trabalham o campo.
Três graus da Realeza: Righ, Ruiri, Rí Ruirech (27)
Três assentos do Rí Ruirech(28): Tara, Cruachain, Emain.
Três coisas que o Brughaid (29)do Rei deve fornecer sem pagamento: acomodação, comida, e entretenimento.
AS BASES DA SOCIEDADE
Três fundamentos da lei e dos costumes: ordem, justiça, e paz.
Três coisas que provém da paz: aumento de posses, melhoria dos modos, e acréscimo de conhecimento.
AS PRAGAS DA SOCIEDADE
Três coisas que assolam o mundo: um rei sem conselho, um juiz sem consciência, e um filho sem reverência.
Três coisas monstruosas no mundo: um jovem sem civilidade, uma mulher sem dignidade, e um homem sem consciência.
Três coisas que combatem a paz: um mau cônjuge, mau solo, e um mau senhor. (30)
Três coisas que põem o mundo de cabeça para baixo: o domínio do cônjuge, a intemperança da filha, e a ignorância do filho.
A RESPEITO DA TERRA E DO CULTIVO
Três belezas da terra: o silo, a ferraria, e a escola.
Três outras belezas da terra: cultivo inteligente, vizinhos que concordam, e regras conscenciosas.
Três coisas que trazem plenitude à terra: plantar árvores, lavrar o solo, e cardar e fiar.
Três sustentos da humanidade: caça, cultivo da terra, e comércio.
Três descontentamentos do administrador: um servo preguiçoso (31), sementes degeneradas, e solo excessivamente adubado.
Três coisas que, se removidas do lugar, maldito é quem o fez: os marcos
de fronteira da terra, o curso da água, e os sinais da estrada.
A RESPEITO DO CIDADÃO RESPEITÁVEL
Três coisas que tornam uma pessoa líder entre seus vizinhos: sabedoria, generosidade, e prosperidade.
Três coisas que trazem a seu possuidor o amor de seus vizinhos: ser um pacificador, ser um auxiliador, e ser um guia.
Três coisas que trazem a seu possuidor o respeito de seus vizinhos: sustentar a si mesmo, ser sábio de conselho, e ser gentil.
Três esforços admiráveis e dignos de louvor para qualquer pessoa: lavrar
suas terras (32), aumentar seu conhecimento, e crescer em excelência.
Três agradáveis aos Poderosos: o professor fiel, o bom cultivador, e o mediador de disputas.
Três coisas boas entre pessoas: artesanato, cultivo, e erudição.
Três coisas que seguem toda pessoa de legítima e extrema excelência: bom
nome e fama para eles, boa instrução para as crianças onde estiverem, e
bom progresso de tudo o que empreenderem em atos e feitos.
Três que só recebem ódio durante a vida, e louvor após a morte: o sábio
pacífico, o professor verdadeiro, e o amigo sincero que nos repreende.
Três obrigações principais de uma pessoa para seu país e sua família:
ganhar posses por diligência e integridade, beneficiar seu país e seus
familiares em tudo que fizer, e buscar legítimo aprendizado onde quer
que vá.
Três coisas preservadas pelo bom poeta para a posteridade: memória dos
dignos de louvor, delícia de pensamento, e instrução no conhecimento.
A RESPEITO DO CIDADÃO NOCIVO
Três que nunca serão beneficiados: o que se casa pelo conselho de sua
carne, o que come pelo conselho de sua voracidade, e o que luta pelo
conselho de sua raiva.
Três coisas de menor valor que tudo o mais: a mulher sem dignidade, o homem sem conhecimento, e o professor sem paciência.
A RESPEITO DE LEGADOS
Três coisas melhores que riquezas para deixar aos filhos e herdeiros dos
felizes: instrução pela razão, instrução por exemplo, e exortação para
ser como eles pelo respeito e louvor que isto lhes trará.
Três coisas que não beneficiam herdeiros: a prosperidade do avarento, o
louvor dos companheiros de taberna, e festas de diversão.
Três coisas que prolongam a vida de uma pessoa: o solo que sustenta uma
criança, a comida que nutre uma criança, e a brincadeira que diverte uma
criança.
Três honras mundanas, cada uma delas superior a todas: arar as terras da
família, defender seus direitos com sucesso, e criar filhos.
Três metas para o futuro: plantar árvores, melhorar a habilidade artística, e educar filhos obedientes à Lei.
CONSELHOS QUE ORIENTAM
Três coisas que enganam o mundo: as promessas dos mestres, as vestes dos sacerdotes, e a beleza de uma filha.
Três coisas que enganam os que nelas confiam: as promessas de um amante
(33), a fidelidade de um servo (34), e a estação da juventude.
Três coisas das quais nada resulta senão engano: o amor do vulgar, a inocência do dominador, e a fé do doente em seu leito.
Três coisas nas quais não se deve crer: os sonhos dos velhos, as juras dos amantes, e um conto narrado sem autoridade.
Três coisas difíceis de confiar: o juramento do boiadeiro, a promessa de um amante, e a palavra do caçador sobre seu cão.
Três coisas nas quais as pessoas são notáveis: o moleiro em roubar, o pregador em esmolar, e o gabola em contar mentiras.
Três coisas difíceis de obter: um alfaiate sério, um moleiro honesto, e uma taverneira sem cobiça.
Três pessoas que desejam porções ricas e saborosas: o cozinheiro, a concubina (35) e o sacerdote da casa.
Três pessoas que não beneficiam o mundo em nada que façam, não
importando o quão famosos sejam por sua sabedoria, arte, ou fé: o
avarento apegado, o poeta arrogante, e o sacerdote da casa.
Três aves do mesmo ninho: o fazendeiro loquaz, o poeta lógico, e o sacerdote tíbio.
Três a disputar na morte dos ricos e poderosos: seus inimigos por sua
reputação, seus parentes por seus bens, e os vermes por sua carcaça.
Três coisas boas aos olhos do avarento: uma faca de cabo de latão, sapatos bastante remendados, e a difamação dos generosos.
Três modos de conhecer uma pessoa: por seu discurso, sua conduta, e seus companheiros.
Três medidas de cada pessoa: o que sonham, o que temem, e o que não os preocupa.
Três ódios que duram para sempre: entre o cônjuge e seus enteados, entre cães e porcos, e entre Galês e Saxão.
Três coisas com as quais não se meter: o ofício de um senhor, usura, e guerra.
Três coisas difíceis para qualquer um: esfriar o fogo, secar a água, e agradar a todo o mundo.
Três coisas muito buscadas e difíceis de obter: o empréstimo
desinteressado do avarento, a condução sem taxas extras de um caso na
corte, e um banquete de boa comida na casa do avarento miserável.
Três coisas que pervertem o julgamento justo: o amor dos amigos, o temor aos poderosos (36),e o desejo de bens materiais (37).
Três coisas não encontradas facilmente: o arrogante generoso, o jovem sábio, e o ancião cortês.
Três diversões que certamente trazem problemas: caça, guerra, e se meter com pessoas mais novas.
Três coisas necessárias ao que entra na estalagem: cabeça forte, estômago resistente, e uma bolsa bem pesada.
Três coisas que se obtêm numa estalagem: diversão que empobrece, bom humor que prejudica, e alegria que entristece.
Três tipos de mentiroso, e não há ninguém como eles: o senhor mentindo
por privilégios, o sacerdote mentindo por profissão, e a mulher mentindo
pelo filho que ama.
MÚLTIPLAS BÊNÇÃOS E BENEFICÊNCIAS
Três bênçãos que não trazem fome ou desabrigo: a bênção do conselheiro
espiritual, a bênção do seu senhor legítimo, e a bênção do poeta de arte
hereditária.
Três bênçãos melhores que todas as outras: a bênção de pai e mãe, a
bênção dos doentes e feridos, e a bênção da pessoa na adversidade.
Três a quem é correto alimentar: o estrangeiro, o solitário, e o órfão.
Três coisas que não se pode obter: pobreza do dar esmolas, prosperidade do roubo, e sabedoria da prosperidade.
Três ocasiões para mentir sem se justificar: para salvar a vida do
inocente, para manter a paz entre vizinhos, e para preservar os Sábios
(38) e suas artes.
Três coisas difíceis para uma pessoa deixar: a terra onde ela nasceu e
se criou, os amigos de lealdade testada, e a riqueza obtida pelo
trabalho de suas mãos.
Três pessoas que vencem facilmente disputas legais: o generoso, o sábio, e o saudável.
Três coisas pelas quais conhecer seu vizinho: ele é pobre, ele é um estranho, ele é feito à imagem humana.
Três dons da caridade: comida, santuário, e instrução.
A RESPEITO DA ETIQUETA
Três coisas próprias ao que foi tratado com gentileza: agradecimentos, lembrança, e retribuição.
Três coisas pelas quais agradecer, pois esta é uma recompensa fácil: um convite, um presente, e um aviso.
Três coisas que causam muitos convites ao que as têm: falar pouco, e só o
que for sábio e instrutivo, alegria quieta e espontânea, e modos sempre
sem arrogância.
Três coisas que fazem perder convites: comer muito, falar muito, e pedir muito.
Três que não são convidados em casa: o lisonjeiro enganador, o zombeteiro desdenhoso, e o traidor invejoso.
Três coisas desagradáveis num banquete: um garfo muito curto, uma faca cega, e um prato fora do alcance.
Três indignidades num banquete: tossir na bebida de outro, cortar a mão de outro com sua faca, e derramar seu molho do prato.
Três coisas impróprias numa festa: pegar um pouco de cada porção em seu
prato, pôr na boca mais do que seu companheiro pode corresponder (39), e
beber com comida na boca; e mais uma quarta: achar defeito na comida
que comeu.
Três carnes do hospedeiro: carne cozida, carne vermelha, e carne viva (40).
Três coisas que não se traz para seu anfitrião: dano, disputa, má reputação.
Três razões para guardar silêncio: para não dizer o que não se deve,
para não falar como não se deve, e para não falar onde não se deve.
Três razões para falar, não importando as consequências: para instruir o
ignorante, para aconselhar o aflito, e para opor a verdade contra a
falsidade danosa.
Três coisas que não fazem mal a ninguém: esconder os maus modos, controlar as paixões, e destruir as más intenções.
Três coisas a dar livremente aos convidados: acomodação gratuita, conversação amigável, e segurança garantida.
Três elementos da acomodação gratuita: recepção alegre, refeições quentes, e uma cama aquecida.
Três coisas que o hóspede não traz para a casa dos outros: más notícias, licença presunçosa, e traição.
Três coisas impróprias de um convidado numa festa: pegar um pedaço de cada comida, encher a boca, e falar de boca cheia (41)
Três coisas a postos para o hóspede, esperado ou não: portas abertas, caldeirão cheio (42), cama quente.
REFERENTE AO DOMICÍLIO
A RESPEITO DO BOM LAR
Três coisas sem as quais não se está completo: uma companheira, um lar, e um ofício.
Três coisas desejáveis numa casa: boa ordem, bom conhecimento, e plenitude suficiente.
Três felicidades de uma casa: um vigia honesto, um pastor cuidadoso, e um mensageiro sábio.
Três coisas que alegram uma pessoa: o amor de seu cônjuge, a prosperidade de seu trabalho, e sua consciência leve.
Três coisas próprias ao que está em casa: seu cônjuge deitado a seu lado, sua almofada em sua cadeira, e sua harpa afinada.
Três coisas reconfortantes para a pessoa ter: seu cônjuge a seu lado na
cama, seu fogo em sua lareira, e seu dinheiro em sua bolsa.
Três felicidades do sábio: solo generoso, cônjuge dedicado, e filhos obedientes.
Três coisas que exaltam a pessoa: o cônjuge dedicado e diligente, o mestre fiel, e segurança.
Três coisas que levam à riqueza: a economia do cônjuge, o não-desperdício pela família, e o seu próprio trabalho.
Três coisas que fazem o casamento feliz: igualdade de idade, igualdade de linhagem, e igualdade de posses.
Três felicidades de uma pessoa e seu cônjuge: alegria no lar, boas
relações com os Poderosos, e serem mediadores entre os vizinhos.
Três coisas obtidas pela excelência do cônjuge: um lar pacífico por seu
amor, filhos de maneiras gentis, e o respeito de seus vizinhos (43).
Três coisas alcançadas pela excelência do cônjuge: paz de espírito, bem-estar do corpo, e prosperidade estável.
Três tesouros da criança em um bom lar: verdade, amor e crescimento.
Três coisas numa pessoa que tornam seu cônjuge líder entre seus vizinhos: habilidade, industriosidade, e sabedoria.(44)
Três coisas que trazem dignidade à pessoa: discrição de fala,
contentamento com a vida que leva, e viver em paz com seus vizinhos.
Três coisas que contentam no jantar: a habilidade do cônjuge, a comida saborosa, e o estômago saudável.
Três coisas agradáveis no jantar: uma faca afiada, um garfo pontudo, e um prato limpo.
A RESPEITO DO MAU LAR
Três coisas desconfortáveis: um lar sem cônjuge, uma sala sem comida, e um corpo sem saúde.
Três causas de desordem no lar: o homem bêbado, a mulher execrável, e os filhos intratáveis.
Três coisas que é melhor não ter: um lar desonesto, filhos desobedientes, e um cônjuge bêbado.
Três coisas que afastam a pessoa de casa: discussões do cônjuge, goteiras no telhado, e fumaça escapando pela chaminé.
Três infelicidades do lar: abrigar um malfeitor inútil, , ter um amante, e hospedar um sacerdote.
Três coisas que tornam a pessoa necessitada: um cônjuge amante de luxos, negligência no lar, e suas próprias extravagâncias.
Três coisas que causam no cônjuge ódio ao invés de amor: mau humor, desejo de dominância, e mimar seu estômago.
Três coisas que trazem a uma pessoa o desrespeito do mundo e o ódio de
seu cônjuge: acordar tarde, ser teimoso, e trazer um amante para casa.
Três indignidades da mulher: ser tagarela, ser beligerante, e ser caluniadora.
Três indignidades do homem: ser rápido ao suspeitar, rápido ao irritar-se, e lento ao trabalhar.
Três coisas que trazem má fama a uma pessoa: flertar com os mais novos, cobiçar itens supérfluos, e falar mal dos vizinhos.
A RESPEITO DOS FILÍ; POIS TODOS SÃO CAPAZES DE MEDIAR OS DEUSES
Três coisas impróprias dos Filí: reivindicar como sua a obra feita pelos
Deuses por meio deles, exigir recompensas como servo dos Poderosos, e
ser sustentados por um trabalho que não foi seu.
Três deveres dos Filí: ensinar o povo a ser forte e destemido, ensinar
ao povo como evitar a atenção dos poderosos, e ensinar ao povo as Leis
da Natureza.
A RESPEITO DE CONTRATOS E ACORDOS
Três coisas necessárias a um contrato: acordo mútuo, compreensão mútua,
e consentimento mútuo; e a estas uma quarta, garantias asseguradas.
Três tipos de garantia: Naidn, Aitire, Rath (45)
Três partes do contrato que exigem atenção especial: o que é explícito, o que é implícito, e o que foi esquecido.
Três fundamentos do acordo mútuo: que não haja nada oculto, que não haja má intenção, e que não haja coerção.
Três coisas à vítima de um contrato rompido: perda, perda secundária à perda, e o preço de honra (46).
Três tipos de contrato, valendo diante dos Poderosos e da humanidade: o
estabelecido pela palavra dada, o estabelecido pela palavra escrita, e o
ordenado pelo Righ ou pela Rian.
Três tipos de lucro: da produção, do investimento, e da boa reputação.
Três tipos de investimento: bens, dinheiro, e tempo.
CONSELHOS PRÁTICOS
A RESPEITO DA BOA E MÁ SAÚDE
Três coisas preciosas para a humanidade: saúde, liberdade, e virtude.
Três coisas que não devem ser tratadas levianamente: saúde, prosperidade, e tempo.
Três coisas que mantêm a pessoa saudável: alimentação moderada, trabalho adequado, e calor natural.
Três alimentos que trazem saúde, longa vida e compreensão clara: cereais, laticínios, e vegetais.
Três alimentos que trazem doença, vida curta e compreensão embotada: carnes, doces, e temperos em excesso.
Três ações que trazem saúde e longa vida: trabalhar a terra com moderação, acordar cedo, e alegrias inocentes.
Três ações que trazem doenças e vida curta: muito trabalho, muito sono pela manhã, e mau humor.
Três mudanças frequentes que trazem longa vida: de comidas, de trabalho, e de diversão.
Três coisas boas para o que ama a boa saúde: sono suficiente no
Bealtinna (Primavera), comida suficiente no Meansamhradh (Verão), e
calor suficiente no Geamhradh (Inverno)
Três coisas que dão força ao corpo: dormir em cama dura, ar frio, e comida seca.
Três coisas cujo excesso encurta a vida: carnes, bebedeira, e muita preocupação com o sexo oposto.
Três remédios infalíveis para toda doença: Natureza, tempo, e paciência.
Três coisas das quais nunca se tem o bastante: vida, saúde, e riqueza.
CONSELHOS DE PRUDÊNCIA
Três coisas que o prudente não mostra: o fundo da sua bolsa, o fundo do seu conhecimento, e o fundo do seu coração.
Três coisas que o justo deve subjugar: o cavalo novo e indomado, a filha jovem e rebelde, e a língua tagarela.
Três coisas semelhantes: um bom silo sem grãos, um bom copo sem bebida, e uma boa filha sem boa reputação.
Três coisas que não se deve abandonar: um navio ao vento, uma mulher à ira, e um filho à ignorância.
Três coisas que não se deve fazer apressadamente: guerras, festas, e debates.
Três coisas obtidas ao se viajar por terras estranhas: fome, frio, e desprezo.
Três coisas nas quais não se pode confiar: saúde na velhice, bom tempo no inverno, e felicidade com as coisas materiais.
Três coisas das quais é melhor manter distância: um cão estranho, uma inundação súbita, e aquele que se considera sábio.
A RESPEITO DA ORDEM NATURAL
Três coisas que mantêm ordem e sistema em tudo no mundo: número, peso, e medida.
Três coisas que não se controla: o Vazio, os planetas, e a verdade. Ao que se acrescente, A Verdade Contra o Mundo (47)
Três coisas são bons servos, mas maus mestres: água, fogo, e vento.
Três coisas mais que são piores como mestres que como servos: trabalho, dinheiro, e reis.
Três coisas que devastam tudo onde surgem: água, fogo, e a maldição dos Poderosos.
Três arquiinimigos da humanidade: fogo, água, e o rei.
Três glutões no mundo: o mar, o rei, e a cidade.
Três coisas que todo ser possui: cobertura, movimento, e sombra.
Três coisas a considerar em tudo: natureza, forma, e função.
Três desigualdades no mundo: beleza, amor, e necessidade.
Três partes em tudo: Ele, Ela, e Eles unidos na Terceira (48).
A RESPEITO DA NATUREZA HUMANA
Três coisas nunca repousam: o coração batendo, a respiração em movimento, e a alma considerando.
Três coisas nas quais há uma maravilhosa diferença: as faces das pessoas, as falas das pessoas, e os escritos das pessoas.
Três coisas das quais é difícil afastar uma pessoa: sua crença, seu gênio, e sua nação.
Três coisas para toda pessoa refletir: de onde veio, onde está, e para onde irá.
Três coisas difíceis de realizar plenamente: conhecer a si mesmo, conquistar os apetites, e guardar segredos.
Três coisas que não se pode ocultar: grande amor, grande ódio, e grande riqueza.
Três coisas das quais o todo não é bom: fazer tudo que a paixão deseja, crer em tudo que se diz, e mostrar tudo o que se sabe.
Três martírios sem morte: a liberalidade do necessitado, a inocência do jovem, e a manutenção adequada do desprovido.
Três coisas que é doloroso perder: as conquistas da sabedoria, a consciência limpa, e o amor dos Poderosos.
Três medos que fortalecem ao coração: medo de falar o que se aprendeu
sobre outros, medo da prosperidade excessiva, e medo de ofender os
Poderosos.
Três medos que enfraquecem o coração: medo de falar a verdade, medo da
pobreza abjeta, e medo do mal que outros possam causar a si.
Três coisas que iludem o mundo: engano, supremacia, e amor excessivo pelos seres humanos.
Três conselhos do pássaro amarelo: não lamente o que é imutável, não
creia no que é impossível, e não deseje o que é inatingível.
Três coisas que chegam sem dar aviso: sono, erro, e velhice.
Três coisas que chegam juntas: idade, erro, e sofrimento.
Três coisas que guardam a palavra dada: morte, retribuição, e remorso.
Três coisas obedecidas pelo verdadeiro ser humano: verdade, o mundo futuro, e o galo ao amanhecer.
Três coisas que não se pode acreditar nem a metade do que se diz sobre elas: riqueza, compreensão, e bondade
Três coisas nunca têm fim: o florescer da caridade, a alma, e o amor perfeito.
A RESPEITO DA AÇÃO
Três coisas necessárias para agir: conhecimento, habilidade, e desejo.
Três partes de cada ação: pensamento, palavra, e ato.
A RESPEITO DO CONHECIMENTO
Três tipos de conhecimento: a natureza das coisas, a causa das coisas, e a influência das coisas.
Três fontes de conhecimento: razão, fenômeno, e necessidade.
Três coisas necessárias ao que deseja aprender: ouvir atentamente, contemplar atentamente, e silenciar continuamente.
Três mestres da humanidade: eventos vistos e ouvidos, inteligência
provinda de reflexão e meditação, e gênio, dom individual dos Poderosos.
Três coisa obtidas pelos que ouvem os Antigos: iluminação, sabedoria, e clareza.
Três instruções nas quais não é sábio crer: o que alguém ensina para sua
própria vantagem e sucesso, o que alguém ensina com ódio por outros, e o
que alguém que se considera sábio ensina.
Três qualificações da poesia: dote de gênio, julgamento da experiência, e felicidade de mente.
Três fundamentos do julgamento: desígnio ousado, prática frequente, e erros frequentes.
Três fundamentos do aprendizado: ver muito, estudar muito, e sofrer muito.
Três fundamentos do pensamento: perspicácia, amplitude, e precisão.
Três cânones da perspicácia: a palavra necessária, na quantidade necessária, do modo necessário.
Três cânones da amplitude: Pensamento adequado, variedade de pensamento, e pensamento requisitado.
Precisão: brevidade é a essência da sabedoria * (NT: incompleto no original)
Três coisas fortalecem mente e razão: ver muito, refletir muito, e suportar muito.
Três recursos da humanidade: inteligência, amor, e oração.
A RESPEITO DA SABEDORIA
Três fundamentos da sabedoria: discrição no aprender, memória para reter, e eloquência ao contar.
Três concordâncias na sabedoria: generosidade e abundância, conhecimento
e humildade, e valor e misericórdia; e não há sábio nem humano
verdadeiro em que estas coisas não estejam em concórdia.
Três marcas da sabedoria: simplicidade, procura, e sofrimento.
Três garantias da sabedoria: memória, reflexão, e costume.
Três qualidades que demonstram sabedoria: sofrer discretamente, perdoar ofensas, e buscar conhecimento.
Três seguidores da sabedoria: imaginação, propósito, e procura.
Três demonstrações de sabedoria: ater-se à razão, ater-se à imaginação, e ater-se ao melhoramento.
Três sinônimos de sabedoria: necessidade, decência, e expediente.
Três coisas obscurecem a sabedoria: orgulho, cobiça, e temor.
Três virtudes da sabedoria: generosidade, industriosidade, e prudência.
Três iniciações da sabedoria: ensino legítimo, costumes efetivos, e amor instintivo.
Três operações da sabedoria: domar a selvageria, espalhar a paz, e melhorar as leis.
A RESPEITO DOS SÁBIOS
Três escolas do sábio: consciência, razão, e instrução.
Três coisas essenciais ao conhecimento dos sábios: seus Deuses, eles mesmos, e os enganos do mundo.
Três coisas obtidas pelo sábio: prosperidade, dignidade, e alegria.
Três triunfos do sábio: dignidade, intuição, e louvor.
Três coisas das quais o sábio se orgulha: sua compreensão, sua habilidade, e o que ele domina.
Três pragas do sábio: amantes jovens, bebida, e mau gênio.
A RESPEITO DO TOLO E SUA TOLICE
Três escolas do tolo: a punição da lei (49), desgraças na vida, e uma má situação na vida futura (50).
Três coisas obtidas pelo tolo: falha, desgraça, e tristeza.
Três coisas das quais o tolo se orgulha: riqueza, linhagem, e dissipação.
Três risos do tolo: rir do bom homem, rir do mau homem, e rir do que não conhece.
Três coisas que o tolo considera imprudentes: buscar o conhecimento não
importando como, dar esmolas sem pensar o que sucederá, e suportar tudo
pela verdade e justiça sem medo das consequências.
A RESPEITO DA SABEDORIA APLICADA
Três coisas das quais todos são capazes, e sem as quais nada pode ser:
força de corpo e mente, conhecimento, e amor pela sabedoria intuitiva.
Três coisas às quais não há oposição: Natureza, necessidade, e morte.
Três pessoas difíceis de crer: um viajante vindo de longe, o que lê um
livro em linguagem estranha, e os que são mais velhos que seus vizinhos.
Três pessoas nas quais não é sábio crer: o estranho falando de suas
posses, o velho louvando os dias do passado, e aquele que se gaba de sua
sabedoria.
Três concordâncias que sustentam todas as coisas: de amor e justiça, da verdade e imaginação, e dos Poderosos e as ocorrências.
Três conselhos de Teilo, o Draoi: conheça seu poder, conheça sua sabedoria, conheça seu tempo.
Três pessoas agradáveis aos Poderosos: os que amam tudo o que vive de
todo o coração, os que amam tudo o que é belo com toda sua força, e os
que buscam todo o conhecimento com todo seu entendimento.
Três coisas muito diferentes: o que é louvado e o que é desculpado, o
que é desculpado e o que é tolerado, e o que é tolerado e o que não é
punido.
A RESPEITO DAS AMBIÇÕES E DOS CAMINHOS DO SUCESSO
Três coisas pelas quais todos devem lutar: unidade com seus Deuses, paz entre vizinhos, e julgamentos justos.
Três coisas que evitam calamidades: adorar os poderosos, ser justo, e exercer a fortaleza.
Três coisas pelas quais o sucesso vem: ouvir humildemente, responder discretamente, e julgar gentilmente.
Três fundamentos do sucesso: a boca silenciosa, o ouvido cuidadoso, e a ação adequada.
A RESPEITO DA AMIZADE
Três fundamentos da amizade: respeito e confiança, compreensão e paciência, e um coração amável e mãos auxiliadoras.
Três coisas a fazer por um amigo: que ele seja para você como um outro
eu, que seu sofrimento não o afaste de você, e fazer em sua memória o
que você faria se ele ainda fosse vivo.
A RESPEITO DA FELICIDADE
Três fundamentos da felicidade: contentamento, esperança, e fé.
Três coisas obtidas pelos felizes: prosperidade, honra, e paz de consciência.
A RESPEITO DA FILOSOFIA
Três propósitos para o retorno das almas a este mundo: reunir na alma as
propriedades de todas as coisas, adquirir conhecimento de todas as
coisas, adquirir o poder de conquistar o caos.
Três coisas que continuamente decrescem: escuridão, falsidade, e morte.
Três coisas que continuamente crescem: luz, vida, e verdade.
Três julgamentos: o nosso, que demora a vir, o de nossos semelhantes,
através do Rei, que demora pouco, e o dos Poderosos, que é rápido,
certeiro, e justo.
A RESPEITO DOS GUERREIROS
Três apenas, cujo frenesi é para o benefício do povo: o guerreiro no
campo de batalha, o dançarino no local da dança, e o buscador de justiça
onde quer que vá.
A RESPEITO DO VERDADEIRO HUMANO (52)
Três maiores causas do verdadeiro humano: verdade, honra, e dever.
Três manifestações do verdadeiro humano: civilidade, generosidade, e compaixão.
A RESPEITO DA RELIGIÃO
Três fundamentos da espiritualidade: a lareira como altar, o trabalho como adoração, e o serviço como sacramento (53)
BIBLIOGRAFIA
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· Trioedd Ynys Prydein- The Welsh Triads;
translated and edited by Rachel Bromwich,
University of Wales Press, 1961
NOTAS
(1)Embora estas, em particular, me tenham sido dadas por um bardo de
Gales, que encontrei numa convenção nacional, estas são as únicas para
as quais encontrei confirmação independente. Esta confirmação está no
fato de constarem da lista de The Veil Of Isis or Mysteries Of The
Druids , W. Winwood Reade, Newcastle Publishing , 1992 , ISBN
0-87877-176-X. Só listei aquelas que encontrei ou num texto
autenticamente antigo (fonte primária) ou em fontes independentes
confiáveis.
(2) The Celtic Realms , Dillon and Chadwick , New American Library, 1967
, Library of Congress # 67-15326; Story Of The Irish Race, Seumas
MacManus, Devin-Adair, 1966, ISBN 0-517-06408-1
(3) Story Of The Irish Race, Seumas MacManus, chapter 22. Women Of The
Celts, J. Markale, Gordon Cremonesi Pub, ISBN 0-86033-001-X; THE
CELTS-The People Who Came Out Of The Darkness, Gerherd Herm, St. Martins
Press, 1975, ISBN 312-12705-7, pgs 58-60
(4) La Tène
(5) Encyclopedia Brittanica Vol. 9 (Micropedia), Encyclopedia Brittanica Inc, ISBN 0-85229-591-X, pg. 509
(6) Indivíduos em clãs, clãs em tribos, tribos em raças, raças em
espécies…todas as coisas em todas as coisas, microcosmo(s) em
macrocosmo(s).
(7) MORALS AND DOGMA-Ancient and Accepted Rite; Supreme Council of the
Southern Jurisdiction, A.A.S.R.,U.S.A.; 1950, Scottish Rite Free Masonry
(8) Encyclopeadia Brittanica Vol. 9; Encyclopeadia Brittanica; c. 1994; ISBN 0-85229-591-X; pg 509
(9) Ogygia; Roderick O’Flaherty; 1685; Lebor Gebala Erenn Vol 1-5;
R.A.S. MacAlister;Irish Texts Society; History of the Irish Race; Seumas
MacManus; Devin-Adair;c.1921, 1945, 1966; ISBN 0-517-06408-1; Iona;
Fiona Macleod; Floris Books; c. 1910, 1991; 0-86315-5000-6; The Silver
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085335-161-9, 0-948474-04-1, 0-948474-05-X; Carmina Gadelica; Alexander
Carmichael; Lindisfarne Press; c.1992,1994; ISBN 0-940262-50-9
(10) THE CELTS-The People Who Came Out Of The Darkness; Gerhard Herm; St. Martins Press; c. 1975; ISBN 312-12705-7; chapter 10
(11) Publicado pela Irish Texts Society , London England .
(12) As pistas para quais palavras usar vieram da própria língua
Gaélica. Surpreendentemente, muito dos processos de pensamento e modos
dos antigos Celtas gaélicos pode ser encontrado preservado na sua
linguagem.
(13) The Story of the Irish Race, Seumas macmanus, chapter 22
(14)Idem; Celtic Realms, Myles Dillon and Nora Chadwick; New American Library; LoC#67-15326;chapters 1-5.
(15) Encontrado por mim em The Secret Teaching of All Ages , Manly P.
Hall , 1988 , 0-89314-830-X , (XXIII) ; foram confirmadas pelas Tríades
galesas. .
(16) THE MASKS OF GOD-Primitive Mythology; Joseph Campbell;Penguin/Arcana; c. 1987; ISBN 0-14-019443-6
(17) Dinneen’s Irish-English Dictionary, Rev. Patrick S. Dinneen; Irish
Texts Society; 1927; FOCLOIR SCOILE-English-Irish,Irish-English
Dictionary;An Gum; c. 1986; 1-85791-121-0
(18) De acordo com THE STORY OF THE IRISH RACE, Suemas MacManus,
Devin-Adair Co., 1966, ISBN 0-51706408-1, pg 141, .São Patrício disse
que os antigos legisladores Pagãos foram inspirados pelo Espírito Santo,
o que é algo notável em vindo dele.
(19) A propósito, na sua forma preservada, muitas Tríades falam contra
os sacerdócios. Não se sabe como elas passaram pelos copistas; talvez
seja por terem sido preservadas em Latim, e portanto ficaram fora do
alcance da quase todos, mesmo na realeza.
(20) Ver notas sobre os Filí
(21) Books of the Invasions; R.A.S. MacAlister; Irish Texts Society; London, England; Vol. 2
(22) De acordo com Estrabão, Plínio, César, e algumas Tríades galesas
(que sobreviveram aos censores Cristãos, ver seção de
Filosofia), os Celtas acreditavam na reencarnação.
(23) Na versão Cristianizada isto nos chegou como sendo “paz”. Mas no
contexto Gaélico é a bravura e o destemor que trazem a paz; adversários
não atacarão um oponente forte e valente.
(24) Nas Tríades o termo “muquirana” foi usado, uma palavra antiquada pouco usada hoje.
(25) No senso original “nacional” era um sinônimo de “tribal”.
(26) Filí, aqueles comumente, embora erroneamente, chamados de
Druidas. Eles eram juízes, médicos, ferreiros, ourives, poetas, etc.
Eles eram os que criavam, ou, mais concisamente, os que tinham uma
habilidade. É preciso lembrar que cada Arte ou ofício tinha não só uma
história oral e um corpo de conhecimento técnico “mundano” a ser
memorizado, mas também um conhecimento mágico-técnico a ser memorizado,
de fato parte da informação técnica. Por exemplo, quando o ferreiro
forjava uma lâmina, ele também fazia os ritos mágicos sobre o artefato
durante sua criação. Não que houvesse uma cerimônia para cada lâmina
feita, mas os ritos mágicos eram parte dos atos mundanos. Cada pessoa na
sociedade celta era considerada como tendo a habilidade e
responsabilidade de mediar os Deuses por si só; não havia uma classe ou
setor específico da sociedade que agisse como um sacerdócio, como é
evidenciado pelas várias Tríades sobreviventes falando contra um
sacerdócio fixo, que era desprezado pelo povo celta.
O tempo requerido para estudar uma Arte era de dezenove anos, tempo
relacionado com o ciclo lunar de mesma duração. Esse tempo era passado
aprendendo toda a informação acima mencionada, que era armazenada em
Tríades e poemas em versos de oito linhas. Os Filí que dominavam sua
Arte e começavam a ensiná-la eram chamados de Draoi (Druidas) ou “os que
ensinam sob o carvalho” Os Filí eram em fato parte da nobreza. Eles
eram os “Sábios” e seu ofício particular era chamado de Arte dos Sábios:
esta frase não tem nada a ver com práticas especificamente mágicas ou
religiosas, especialmente as que se referem a práticas religiosas
modernas que usam um termo similar (NT: Wicca!). Eram chamados de Aes
Dana, os Amados da Mãe.
Ruada era o setor guerreiro da sociedade. Era daqui que os reis e
rainhas educados pelos Filí eram selecionados, embora haja evidência que
eles também provinham dos Fíli.
A palavra Ri ou Righ se refere ao rei, e Rian à rainha.
Aire são as pessoas livres. Constituíam o resto da sociedade produtiva, e seu forte era a criação de gado.
(27) O mesmo que Ard-Righ, ou Alto Rei (ou Rainha com o sufixo “an” adicionado)
(28) O Righ (ou Rian) , Rei ou Rainha da Tuath (tribo), era empossado
por um rei superior a ele, o Ruiri. Este era sujeito a um Rei ainda
superior, o Rí Ruirech ou “Rei dos Reis Superiores”. A idéia de um rei
nacional foi um desenvolvimento posterior. Para fazer um paralelo, o Ri
regia a cidade, o Ruiri regia o município, e o Rí Ruirech o estado, sem
um rei nacional. Lembre-se que a unidade básica era o clã, e que essa
unidade familiar cobria quatro gerações. De Celtic Realms, Dillon and
Chadwick.
(29) Hospedeiro.
(30) Supervisor, no sentido moderno de um político ou um empregador.
(31) No sentido moderno, um servo preguiçoso poderia ser um empregado.
(32) Na sociedade Celta o conceito de posse de terra não existia, e
eles acreditavam que os que viviam na terra ou da terra eram seus
guardiões.
(33) Um amante ilícito, que no contexto da sociedade celta seria o
amante mantido sem que o contrato de casamento permitisse tal coisa; se o
contrato tivesse uma cláusula permitindo isto, então, pelos padrões
Celtas de ética, era lícito ter amantes.
(34) Um empregado, no equivalente moderno.
(35) Concubinato era um dos oito níveis de casamento na cultura Celta.
(36) Os que estão no poder.
(37) Bens materiais.
(38) Filí.
(39) Falar de boca cheia.
(40) Carne cozida, carne já cortada pronta para cozinhar, carne ainda no
gancho do açougueiro. Reestruturado da informação em The Story of the
Irish Race, chapter 31.
(41) Esta versão foi encontrada num antigo livro escocês de etiqueta.
(42) Comida para servir aos hóspedes se tiverem fome.
(43) Versão galesa.
(44) Versão irlandesa.
(45) Naidn é a garantia dada por um juramento de honra. Aitire é a
oferta da própria pessoa e liberdade em caso de quebra de contrato – um
equivalente moderno funcional seria o penhor dos bens. Rath é a garantia
dada por outra pessoa de que o devedor pagará sua dívida.
(46) Preço de honra: log n-enech, eneclann em Goidélico, gwynecbwerth em Predani.
(47) Em Galês (Cymry), “Y Gwyn Yn Erbyn Byd”.
(48) De acordo com dois Anciões nativos Americanos, isso era parte das
crenças dos povos Brancos que viveram nas Américas séculos antes da
chegada dos Europeus; a validade e evidências desta afirmação é
tenuemente estabelecida no livro do dr. Barry Fells, America B.C.
(49) Gaélico “dire”, Galês “dirwy”.
(50) Pela Lei Brehon ofensas são pagas por multas (dire, dirwy) pagas, geralmente, em cabeças de gado.
(51) De acordo com o número de Maio de 1998 de Celtica – The Journal of
the Dublin Institute of Advanced Studies – School of Celtic Studies,
isto é correto no sentido em que não é o Brehon que julga, mas sim o Rei
ou rainha. O Brehon apenas apresenta a lei, não agindo na autoridade de
um juiz.
(52) Ambas as Tríades estão diretamente citadas no dicionário de Dinneens.
(53) A fonte disto foi um Unamcara (NT: anamchara, “amigo da alma”???) treinado na tradição.
http://www.ramodecarvalho.com.br/filosofia/uma-colecao-de-triades/